Cerca de 20 mil pessoas não têm uma casa para voltar, estima prefeito de Porto Alegre
21/05/2024
Bairro Porto Seco é uma possibilidade para a construção da cidade provisória na Capital. Sebastião Melo participou do programa Bom Dia Rio Grande, na RBS TV. Prefeito de Porto Alegre fala sobre cheia histórica da capital gaúcha
Mais de 157,7 mil pessoas foram afetadas pela enchente em Porto Alegre, somando 39,4 mil edificações atingidas, segundo informações da prefeitura de Porto Alegre. Enquanto tentam voltar as suas vidas, muitas pessoas se deparam com a perda total de suas casas.
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"Talvez nós estejamos falando de 20 mil pessoas que não têm pra onde voltar, estou fazendo um cálculo aproximado", estimou o prefeito Sebastião Melo em entrevista no programa Bom Dia Rio Grande, na RBS TV.
Segundo o prefeito, a situação das residências varia, com algumas sendo recuperáveis e outras não.
"As casas não recuperáveis a gente tem que tomar uma decisão se nós vamos permitir essas pessoas a voltar para esses locais".
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Até a manhã desta segunda-feira (21), os seguintes bairros contemplam as populações mais afetadas:
Sarandi (26.042 pessoas);
Menino Deus (18.231)
Farrapos (17.522)
Humaitá (12.617)
Melo reconhece que "o pertencimento das pessoas é uma coisa muito forte", e mesmo áreas severamente atingidas são vistas como lares por muitos. "As pessoas querem voltar", afirma o prefeito.
Para enfrentar essa realidade, Melo destacou a necessidade de alternativas habitacionais:
"Você precisa ter os abrigos em longa permanência, cidades solidárias provisórias, estadia solidária, a compra assistida, que são imóveis que podem ser comprados pelo poder público, e um estoque de imóveis disponíveis populares".
Prefeito Sebastião Melo em entrevista ao Bom Dia Rio Grande
Reprodução/ RBS TV
Cidades provisórias
O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB) confirmou, na quinta-feira (16), que o governo construirá "cidades provisórias" em Porto Alegre, Canoas, Guaíba e São Leopoldo. A estrutura serviria para abrigar as pessoas afetadas pelas enchentes.
Em Porto Alegre, a cidade deve ser erguida no bairro Porto Seco. Segundo Melo, há uma possibilidade de "fazer no estacionamento (do Complexo Cultural do Porto Seco), não dentro do Porto Seco", visto que há um apelo com a preparação do Carnaval. Ele ainda fala na viabilidade de "talvez comprar mais uma área ali do lado" para a construção dessa cidade.
O prefeito destacou a realidade enfrentada pela Capital. "Estamos falando em moradia, mas não há para todo mundo agora," admitiu.
Construir novas casas leva tempo, e, enquanto isso, as cidades solidárias são uma solução temporária.
"Você não constrói casa da noite para o dia e essas cidades solidárias acabam tendo que acontecer," finalizou Melo.
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